quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

2012

Todo mundo que acompanha o AQST sabe que eu tenho pânico de fim de mundo.
Noné medo de morrer, é medo de todos morrerem e eu non. Enfim, apesar do pânico, sempre dou um jeitinho de assistir/ler algo sobre.
Ontem, uma música martelou na minha cabeça o dia todo: Nostradamus, do Eduardo Dusek. Véia é a mãe!
Bom, cheguei em casa e fui direto ligar o pc pra ouvir. Daí, binha irbã:
- Nossa!!! Não acredito.
- O que foi?
- Essa música... eu tava com ela na cabeça pouco antes de você chegar
...
-
Sério? E eu fiquei com ela na cabeça o dia todo.
Beleza.
Comecei a berrarcantar a música, Catharina correu assustada pra debaixo da cama, tudo normalíssimo. A música acabou, botei de novo.
E bem no finalzinho, na parte em que ele diz "me serve um café que o mundo acabou", acabou a energia.
Comecei a gritar, d-e-s-e-s-p-e-r-a-d-a, que a porra do mundo tava acabando mesmo, que Deus ia mostrar pra todos que quem manda nesse puleiro é Ele e que mané que 2012 o kct, ia acabar naquele momento e que non tinha sido coincidência o lance da música.
Mó breu em casa, eu não achava as cachorras, me deu até palpitação. E binha irbã gritando que eu tava louca.
Consegui chegar até o meu quarto e deitei, só esperando pelos barulhos e explosões, que felizmente, não aconteceram... he he.
Agora, tenho que agüentar a tiração de sarro, mas nem ligo, ó.
O mundo continua aí. \o/



Nostradamus

Eduardo Dusek

Naquela manhã
Eu acordei tarde, de bode
Com tudo que sei
Acendi uma vela
Abri a janela
E pasmei

Alguns edifícios explodiam
Pessoas corriam
Eu disse bom dia
E ignorei

Telefonei
Pr'um toque tenha qualquer
E não tinha
Ninguém respondeu
Eu disse: "Deus, Nostradamus
Forças do bem e da maldade
Vudoo, calamidade, juízo final
Então és tu?"

De repente na minha frente
A esquadria de alumínio caiu
Junto com vidro fumê
O que fazer? Tudo ruiu
Começou tudo a carcomer
Gritei, ninguém ouviu
E olha que eu ainda fiz psiu!

O dia ficou noite
O sol foi pro além
Eu preciso de alguém
Vou até a cozinha
Encontro Carlota, a cozinheira, morta
Diante do meu pé, Zé
Eu falei, eu gritei, eu implorei:
"Levanta, me serve um café
Que o mundo acabou!"





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